“A Calçada da Rue des Martyrs” cita muitas legendas de Gavarni, mas em lugar algum menciona Guys, que poderia muito bem ter sido o modelo da seguinte descrição: “É um prazer vê-las andar no betume, com o vestido levemente repuxado de um lado até o joelho, de modo a deixar brilhar ao sol uma perna esbelta e vigorosa, como a de um cavalo cheia de frêmitos e impaciências adoráveis, e que termina num borzeguim de uma elegância irrepreensível! Ninguém se preocupa com a moralidade dessas pernas! … O que se quer é ir aonde elas vão.” Alfred Delvau, Les Dessous de Paris, Paris, 1860, pp. 143-144 (“Les trottoirs parisiens” — “As calçadas parisienses”).
[O 10a, –]
arquivo temático O, folio 10, pg 3
[O 10a, 2]
Uma proposta de Ganilh: utilizar uma parte do capital da loteria estatal para aposentadorias de jogadores que atingiram uma certa idade.
[O 10a, 3]
Agentes de loteria: “Suas lojas têm sempre duas ou três saídas e diversos compartimentos para facilitar os negócios do jogo e da agiotagem, que se entrelaçam, e para o conforto de clientes tímidos. Não é raro marido e mulher, sem o saber, se sentarem lado a lado nas misteriosas saletas, que cada um acredita ser o único a utilizar de maneira tão astuta.” Carl Gustav Jochmann, Reliquien, ed. org. por Heinrich Zschokke, vol. II, Hechingen, 1837, p. 44 (“Die Glücksspiele” — “Os jogos de azar”).
[O 10a, 4]
“Se é a fé no mistério que faz o crente, então há provavelmente mais jogadores crentes no mundo do que homens de fé.” Carl Gustav Jochmann, Reliquien, ed. por Heinrich Zschokke, vol. II, Hechingen, 1837, P. 46 (“Die Glücksspiele”).
[O 10a, 5]
Segundo Poisson em “Mémoire sur les chances que les jeux de hasard, admis dans les maisons de jeu de Paris, présentent à la banque” [Relatório sobre as oportunidades que os jogos de azar, admitidos nas casas de jogo de Paris, apresentam para o banco], texto lido na Academia de Ciências, em 1820, o movimento anual de negócios no trinta-e-um é de 230 milhões de francos (lucro do banco: 2.760.000), e na roleta, de 100 milhões de francos (lucro do banco: 5 milhões). Cf. Carl Gustav Jochmann, Reliquien, ed. org. por Heinrich Zschokke, vol. II, Hechingen, 1837, p. 51 (“Die Glücksspiele”).
[O 10a, 6]
O jogo é o contraponto infernal da música dos exércitos celestiais.
[O 10a, 7]
Sobre Froufrou, de Halévy: “Se a comédia Les filles de marbre inaugurou o império das cortesãs Froufrou indicou o fim desta época… Froufrou sucumbe sob o peso da consciência de ter disperdiçado a sua vida e, no fim, à beira da morte, se refugia junto à sua família.” S. Kracauer, Jacques Offenbach und das Paris seiner Zeit, Amsterdam, 1937, pp. 385-386. A comédia Les filles de marbre foi uma réplica à Dama das Camélias do ano precedente.