[S 9, 1]

III jugendstil

O luto que o outono desperta em Baudelaire. E, a época da colheita, a época em que as flores se desfazem. O outono é invocado por Baudelaire com particular solenidade. Ao outono dedica os versos que talvez sejam os mais melancólicos de seus poemas. A respeito do sol diz o seguinte:

Ele “manda as colheitas crescerem e amadurecerem
No coração imortal que sempre quer florir!”

Com a figura do coração que não quer dar frutos, Baudelaire deu seu veredito sobre o Jugendstil muito antes de seu surgimento.

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[S 9a, 1]

O capítulo de Zaratustra intitulado “Unter Töchtern der Wüste” [“Entre filhas do deserto”] é revelador, não apenas porque aparecem em Nietzsche as meninas florais — um tema importante do Jugendstil mas também pela afinidade entre Nietzsche e Guys. A passagem “profundas, mas sem pensamentos” descreve exatamente a expressão das prostitutas neste último.

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[S 9a, 2]

O ponto culminante da organização técnica do mundo consiste na liquidação da fertilidade. O ideal de beleza do Jugendstil é constituído pela mulher frígida. (O Jugendstil vê em cada mulher não Helena, e sim Olímpia.

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[S 9a, 4]

O Jugendstil é um progresso na medida em que a burguesia se aproxima dos fundamentos técnicos de seu domínio sobre a natureza; um retrocesso, na medida em que lhe falta a força para ainda olhar o cotidiano de frente. (Isto só é possível sob a proteção da mentira da vida. ) – A burguesia sente que não tem muita vida pela frente, uma razão a mais para ela querer ser jovem. Assim, ela imagina para si uma vida mais longa, ou pelo menos uma bela morte.

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[S 9a, 7]

“Com as primeiras obras de Hennebique e dos irmãos Perret, um novo capítulo se abriu na história da arquitetura. O desejo de evasão, de renovação, exprimia-se, aliás, nas tentativas de escola do Modern Style, que fracassou deploravelmente. Parece que esses autores torturaram a pedra até seu esgotamento e prepararam com isso uma reação feroz em favor da simplicidade. A arte da arquitetura devia renascer em formas serenas pela exploração de materiais novos.” Marcel Zahar, “Les tendances actuelles de l’architecture”, in: Encyclopédie Française, XVII, p. 17. 10-3/4.