Do capítulo de Fournel intitulado “Paris futura”: “Havia … cafés de primeira, de segunda e de terceira classes … e para cada categoria estava previsto o número de salas, de mesas, de bilhares, de espelhos, de ornamentos e de peças douradas… Havia ruas para os patrões e ruas de serviço, como há escadas sociais e escadas de serviço nas casas bem organizadas… No frontão do quartel, um baixo-relevo … representava, com esplendor, a Ordem Pública fardada como um soldado de infantaria, com uma auréola na fronte, abatendo a Hidra de cem cabeças da Descentralização… Cinqüenta sentinelas posicionadas nas cinqüenta guaritas do quartel, frente aos cinqüenta boulevards, podiam ver, com uma luneta, a quinze ou vinte quilômetros dali, as cinqüenta sentinelas das cinqüenta barreiras… Montmartre era coroada com uma cúpula ornada com um imenso relógio elétrico visível a oito e audível a dezesseis quilômetros de distância, servindo de referência para todos os demais relógios da cidade. Tinha-se enfim atingido o grande objetivo perseguido há tanto tempo: fazer de Paris um objeto de luxo e curiosidade mais que de uso, uma cidade em exposição, numa redoma de vidro, … objeto de admiração e inveja para os estrangeiros, e insuportável para seus habitantes.” V. Fournel, op. cit., pp. 235-237, 240-241.