Sobre o materialismo antropológico. Conclusão de Ma Loi d’Avenir, de Claire Démar: “Basta de maternidade, basta de lei do sangue. Digo: chega de maternidade. Com efeito, a mulher libertada … do homem, que não lhe pagará mais o preço de seu corpo, … manterá sua existência somente com seu trabalho. Para tanto, pois, é necessário que a mulher busque um trabalho, que ocupe uma função — e como ela poderia fazê-lo, se vive condenada a dedicar uma parte mais ou menos extensa de sua vida aos cuidados que exige a educação de um ou de vários filhos? …Vocês querem libertar a mulher? Pois bem, tirem o recém-nascido do seio da mãe de sangue e levem-no para os braços de uma mãe social, da ama funcionária, e a criança será mais bem educada… Então — e somente então — homem, mulher e criança serão todos libertados da lei do sangue, da exploração da humanidade pela humanidade.” Claire Démar, Ma Loi dAvenir: Ouvrage Posthume Publié par Suzanne, Paris, 1834, pp. 58-59.
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arquivo temático p, folio 2, pg 3
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“O quê! Então só porque uma mulher não fez confidências ao público sobre suas sensações de mulher; só porque entre todos os homens que a envolveram com suas atenções, nenhum outro olhar, além do seu, é capaz de distinguir aquele que ela prefere…, conclui-se … que ela seria … a escrava de um homem?… O quê! A mulher assim seria explorada porque, se ela não temesse que eles iriam se estraçalhar, ela poderia satisfazer simultaneamente o amor de vários homens… Acredito, como o Sr. James de Laurence, na necessidade … de uma liberdade sem … limites … apoiada no mistério que é, para mim, a base da nova moral.” Claire Démar, Ma Loi d’Avenir, Paris, 1834, pp. 31-32.
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A exigência do “mistério” nas relações entre os sexos, em oposição a sua “publicidade”, para Démar, está estreitamente relacionada com a exigência de períodos probatórios mais ou menos longos. Não obstante, para ela, a forma tradicional do casamento deveria ser suplantada por uma forma mais flexível. Ademais, a reivindicação do matriarcado decorre logicamente destas concepções.
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Extraído da argumentação contra o patriarcado: “Ah! É com o apoio de um imenso feixe de punhais parricidas, entre os gemidos lançados de tantos peitos, só pelos nomes de ‘pai’ e de ‘mãe’, que eu me aventuro a levantar a voz … contra a lei do sangue, a lei da geração!” Claire Démar, Ma Loi d’Avenir, Paris, 1834, pp. 54-55.
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A caricatura representa um papel importante na elaboração das legendas. Significativamente, Henri Bouchot, em La Lithographie (Paris, 1895, p. 114) recrimina Daumier pelo tamanho e a importância excessiva atribuída às suas legendas.
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Henri Bouchot, em La Lithographie (Paris, p. 138) compara Devéria, no que diz respeito a sua produtividade, com Balzac e Dumas.