TEORIA DO ASCO
Não há ninguém que esteja livre do asco; apenas isto é concebível, que nunca na vida alguém tenha se deparado com a visão, o olfato, o paladar, ou outra sensação que provoque seu asco. Para cada pessoa seria diretamente o animal que mais claramente invoca seu asco, se o conhecesse exatamente, de modo dedutível. Talvez uma criatura ínfima, um bacilo, que só pode ser visto sob o microscópio.
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nota do editor
O apontamento, que se lê como adendo ao aforismo Luvas (v. Einbahnstraße, vol. IV, p. 90), não obstante, não se encontra na lista complementar ao Einbahnstraße (v. op. cit. 911). Como sugere a sucessão das folhas no bloco e o estilo da escrita – neste caso uma vez confiável –, está nas proximidades das notas-Gide do início de 1928 e do apontamento-Chaplin do mesmo ano (v. fr 113) tendo sido o fr escrito neste ano.
Fonte: Segundo bloco de notas, Ms 734 – folha [19].
Período: 1928